segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Outro relato

Parado à sua porta, escrevo mais um relato. Nada incomum, só outra derrota minha que ganha espaço em nossa história. É verdade que eu devia cansar de perder, mas quando é contigo o normal foge à regra. Me apego ao desespero, chego a afirmar o impossível, e é ai que vem outra cilada pra colocar meus pés no chão. Mas minha imaginação é daquelas tolas e sonhadoras, então você nunca saiu ou sairá de meus planos. Ainda sim, confesso que não sei a maior causa disso. Eu normalmente chutaria carência, pois sei que é ela que me impõe minhas infinitas necessidades amorosas, mas acredito sinceramente numa força que esteja relacionada pura e simplesmente a você. Um magnetismo inexplicável, que torna inestimável mesmo alguns minutos ao seu lado. As vezes sinto que devia inverter polaridades e deixar a carência de lado, para que possa viver em paz...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Madrugada Inquieta

O relógio marcou três e meia já faz algum tempo, mas eu ainda não cai nos braços de Morpheu. Acho que insônia é redundância, mas hoje há algo mais. Eu fico incomodado com aquilo que nunca vai ser meu e que, mesmo assim, eu preciso manter por perto. É uma confusa dualidade que poderia ser facilmente resolvida, mas isso implicaria em eu não mais pensar no assunto, algo que não me vejo capaz de realizar. Então fico com a consciência de que nem sempre dá pra querer as coisas da minha maneira e de que isso tem um nome: vida.

A minha inquietação?
É uma mistura dos dois piores "c's" do mundo, carência e ciúmes. E em mim eles fazem morada por motivos antigos, nada que eu goste de admitir, ao mesmo tempo que não é sempre que consigo driblá-los. E acho que é por isso que os chamam 'sentimentos', certo? O fato de, por mais forte e controlado que alguém seja, sempre acabar sentindo, dá necessidade à existência dessa definição.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ponderações silenciosas

Sou perturbado por fantasmas.

E é engraçado, pois há toda uma relação de amor e ódio que, mesmo não saindo dessa mente insana que vos escreve, gera grandes e numerosos frutos, textos que chamo de meus. Mas é claro que os chamo de meus, se eu os atribuísse aos meus fantasmas (sim, eu me dei o direito de tomar posse deles) ai sim seria tachado de louco. Eles instigam breves lembranças que passam pela minha cabeça, dando motivos para a minha constante insônia. As vezes me enchem de possibilidades pessimistas, podendo até ganhar espaço nas minhas preocupações, mas geralmente eu saio vencedor e, no mínimo, com um grupo de palavras que depois rearranjo para que façam significado, ao menos aos meus olhos. Não me lembro de uma noite se quer em que consegui dormir antes de ao menos quinze minutos de ponderações feitas entre mim e eu mesmo, simplesmente por ser perturbado pelos inquietantes fantasmas do meu pensamento.