domingo, 31 de outubro de 2010

O 'porquê'

A caixa de texto em branco me deixa tão agonizado quanto a folha do caderno que ainda não recebeu uma mísera gota de tinta. Tenho, como diria o poeta gaúcho, tanta história pra contar que simplesmente sou incapaz de ver desperdiçado um espaço para caracteres. As histórias? Minhas, de amigos, de conhecidos ou as vezes até inventadas, mas são várias e espero que nunca se esgotem. Fiz muita coisa, vi muita coisa, hei de realizar muito e de ver mais ainda, e o dia que eu parar de relatar, distorcer e inventar histórias, vai ser aquele que meu interesse por tais se esgotou, o dia que eu não quero ver chegar. Pois é aqui, fingindo destreza com as palavras, que eu solto o peso do peito e posso simplesmente escrever e escrever, sem ter que me conter ou pensar em quem vai ler o que.

Sou só um simples observador do mundo, que conta aquilo que vê e inventa aquilo que falta.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Afinal, quem é você?

E eu ouvi várias histórias
Sobre aquilo que alimenta a alma
Não é pra qualquer um
Mas pulo mesmo, de cabeça

Sinto na pele a brisa
O ar aqui é tão gelado
Quase como meu coração
Nunca o vi nesse estado

Afinal, quem é você?
Que impressiona e foge
Quando tudo que preciso
Faz reflexo em seus olhos

E eu corri e eu cansei
Mas não me vejo desistir
Admirável ou digno de pena?
Cabe a você decidir

E sempre foi assim
E sempre será igual
Pois é estático e neutro
Quando se pede respostas

Afinal, quem é você?
Que entorta pensamento
Mas aquece por dentro
Fazendo-se necessário

Já sabe a resposta?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Abro a janela e...

É noite. Noite fria, escura, sem graça. Mas é só puxar da lembrança certa que em meu rosto já brota um sorriso bobo e nostálgico, além de surgir toda a vontade do 'de novo' e do 'quero mais'. Boas experiências sim, mas recentemente aprendi um jeito novo de ser feliz. Não precisa ir mais longe que a janela, e a minha mais nova admirada enche meu coração de alegria.

Obrigado por ser tão linda, Lua.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Memórias ferem

Ele estava machucado e tinha razão, por mais que sua amada não entendesse ou conseguisse enxergar isso. Sempre haviam sido felizes, mas depois daquele caso, aquele que quase os separou (e que não é história pra esse conto), nunca mais as coisas aconteceram da mesma forma. Ainda se amavam de uma forma mais intensa do que muita gente consegue compreender, mas ele nunca conseguiria apagar a memória daquilo que quase os separou e tinha razão. Confesso que eu, como observador, sempre admirei tal história, me questionando se eu teria tal força de vontade para lutar contra uma memória dessas. Acontece que a tal memória não dava trégua. Pois mesmo isso sendo tão hostil para o amor dos dois e mesmo com o esforço dele para esquecer, a amada simplesmente não conseguia largar mão daquilo. E isso os separava, pouquinho por pouquinho. E de vez em quando, por culpa da amada, que tentava se aproximar daquela memória, mas sem intenção de machucá-lo, ela o fazia. E o abismo que se criava entre os dois era enorme e ele tinha razão. Claro, têm-se que admitir que não era uma escolha fácil, mas era uma escolha que tinha de ser feita, pra que tudo pudesse se resolver. Pois por mais que não parecesse lógico, ele tinha razão.

domingo, 10 de outubro de 2010

É como...

Ouvi hoje que o amor pode ser comparado com uma pizza ou mesmo com McDonald's. E confesso que gostei de ouvir isso... fazer comparações que parecem absurdas as vezes é tão bom. Sair daquele 'é como passar o fim de tarde sentado na areia, ver um por do sol sem se preocupar' e tal. Dizer que o amor é como ver um filme do Shyamalan, onde você acha que sabe o que vai acontecer, prevê as possibilidades e geralmente erra, é tão verdade quanto dizer que as vezes essa palavra pode ser confundida com nada mais do que aquela vontade incompreensível de comer torta, que simplesmente passa depois de três garfadas. Talvez aquela música que você tanto gosta e, de repente, toca na rádio... você esbugalha os olhos sem compreender como ela 'te achou', pula de alegria a cada segundo da melodia e se abate quando ela acaba, ou por estar cansado de tanto se 'debater' ou por querer muito mais. Seja como for, nunca haverão comparações que englobem o amor em todos os pontos de vista, mas ao mesmo tempo nunca deixarão de encontrar novas comparações.

Mas ainda sim, espero que meu Big Tasty sem salada chegue logo.

domingo, 3 de outubro de 2010

'O tapa que eu levei, nada melhor pra acordar...' [2]

Situação completamente diferente, ou eu penso que seja. O 'tapa', dessa vez, não parece ter sido proposital, ou foi simplesmente muito bem arquitetado. De qualquer jeito, me acertou bem onde devia, pois mais uma vez cheguei a pensar em desistir do amor. Sendo eu um ser incapaz disso, passarei a usar a forma de amor que deveria ter sido desde sempre meu maior estandarte, o amor próprio. Preciso parar de buscar a aceitação de quem eu (geralmente de forma quase que platônica) amo e passar a só precisar da minha própria aceitação, pois é isso que basta. Não, eu nunca vou deixar de pensar que o sorriso de quem eu amo é uma das mais valiosas coisas que existem na face da Terra, mas tenho que parar de passar por cima de mim para atingir tal.

Discurso feito totalmente pra mim, talvez até desnecessário, mas é o meu jeito de pontuar as coisas. Vou continuar a seguir a minha vida, tentando tomar esse cuidado a mais. Só espero que, como eu ouvi bem, 'nada... NADA muda entre a gente'.


"Espero te encontrar com o mesmo sorriso que eu deixei em você antes de voar."