terça-feira, 12 de março de 2013

Mais uma vez...

Mais uma vez estou aqui: barba bem feita, roupa social e gestos calculados, sentado em um escritório e implorando discretamente para que um sujeito que eu nem conheço me dê a oportunidade de começar, de vez, a tal da vida adulta. Essa estranha 'realidade', onde sonhos são conquistados através de trabalhos que você não entende pra quem ou porquê.

O encarregado do RH fez mais uma pergunta e "oh deus, como é mesmo aquela história que seria perfeita pra essa resposta", divago. Acabo respondendo algo não tão bom assim, mas que dê pro gasto. Gastas são minhas horas de paz, onde a mente funciona a todo vapor pra descobrir o que eu poderia ter dito e que me garantiria a vaga. Me despeço e é sempre a mesma ladainha sobre como existem outros candidatos, mas aguarde nosso contato.

Ai passam-se pelo menos dois dias, mas geralmente três, e aparece - quando aparece - aquele e-mail de sempre, falando: "Obrigado pela participação, mas tinha outro candidato que não é melhor do que você, mas tem experiência no currículo em algo que ele não sabe fazer direito e nós não estamos afim de ter que te ensinar". Ou pelo menos é isso que eu leio, já que no fundo é isso que a resposta negativa geralmente quer dizer.

E eu me pergunto a mais clássica pergunta dessa fase: como eu vou ter experiência, se ninguém me dá oportunidade?