quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Fazia tempo que não precisava daqui

À beira de não menos que um colapso nervoso, lhe restou escrever. Escrever parte das... sei lá, 5 mil palavras que ainda faltavam para terminar uma das coisas que o puxava como uma âncora?! Pff, até parece... resolveu escrever palavras para ninguém em um lugar que não visitava há coisa de um ano. "Por que diabos ele faria isso?", alguém (ou só a voz com que ele conversava em sua cabeça) pode perguntar, e a resposta é simples.

Há e por muito tempo, esse - agora inóspito local - era refúgio para quase tudo e, se a memória não lhe é falha, servia muito bem como válvula de escape. Aqui ele escrevia sobre tudo aquilo que o afligia, o alegrava, o encantava e principalmente tudo aquilo que ele nunca gostou muito de dividir diretamente com alguém, não importasse quem. E isso funcionava. E rendia frutos. Outros pensamentos, ideologias, bases em que ele passou a crer e, last but not least, sorrisos.

Inocência pensar que isso fosse acontecer da mesma forma, certo? Talvez, mas é aqui o único lugar que ele crê que ainda pode ser inocente, pode despejar tudo aquilo que fica pesado e ele não gosta de dividir com ninguém. É aqui que ele sabe poder escrever sem pensar em quem pode ler, sem se importar que ele escreveu sobre ele mesmo sem usar 'eu'.


Ele já nem lembra como é que se termina textos, mas não vai ser por isso que não vá escrevê-los.