sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Fiel Companheira

Não há nada melhor do que uma paixão, correto?

Essa frase nem sempre é verdade, mas felizmente eu não tenho dúvidas de que, nesse caso, não há nada de ruim que essa paixão possa trazer.

Eu pensei em colocar a definição do Michaelis sobre a palavra 'paixão', mas mesmo existindo no dicionário, esse é um conceito subjetivo. Paixonite, como a gente ouve de vez em quando, é aquela que vem arrebatadora e - não muito depois - já sumiu, tendo servido apenas pra embaralhar a nossa cabeça. Aliás, a própria definição de paixão diz que tal pode se referir a um ato quase que movido por instinto, seja para o bem ou para o mal. Mas chega desse mimimi todo, o real motivo de eu ter reavivado esse meu parado blog foi pra falar de uma paixão que, no matter what, jamais vai me decepcionar.

De vez em quando eu ouço algo e percebo o quão forte é o poder disso, a capacidade de envolver que ela tem. Ai eu paro e penso: não há nada que vá me dar tamanho conforto, prazer, forças e novos modos de pensar nas coisas, não há nada que terá o mesmo efeito que essa paixão tem em mim.

E é por isso que sempre que eu paro e penso, agradeço por ter perto de mim a imensidão que é essa arte. Penso que nunca conseguiria explicar em detalhes essa relação, pois talvez nem eu mesmo a entenda completamente.

Quando paro e penso, sei que é e vai ser ela a 'fiel companheira', desde quando me entendo por gente e por todo o resto do meu caminho.

Paro, penso e agradeço aos grandes humanos que tem percepção parecida ou mesmo só contribuem sem realizar o quão grande é isso tudo, pois essa é uma arte natural, mas jamais teria alcançado tudo isso sem essas pessoas.


Obrigado, profissionais.
Obrigado, amadores.
Obrigado, entusiastas.
Obrigado, músicos.


Obrigado, música.

domingo, 5 de maio de 2013

O Gosto Escarlate

Por não agüentar mais, pulou...

Pulou para aquele mundo fantástico sobre o qual sempre sonhou. Chegou de repente, mas com uma suavidade única. Sempre acreditou que ele podia voar, e lá ele podia. Planou como uma gaivota pelos campos verdes que pareciam infinitos e eram abençoados por agradáveis raios de um sol lindo. Avistou árvores e pousou logo além do que ele viria a descobrir ser um campo de macieiras. Não simples árvores, mas organismos portadores dos mais belos frutos que ele já havia visto, maçãs que, de tão belas, pareciam convidá-lo a pegar uma e morder. Ele não hesitou e abocanhou a mais vermelha que seus olhos encontraram, descobrindo então um sabor doce nunca provado antes, mesmo vindo junto de um gosto que não parecia ser de maçã. Olhou para o horizonte e viu um bando de cavalos selvagens galopando em direção a um riacho próximo, crinas balançando ao sabor do vento. Resolveu se aproximar do riacho, mas a poucos metros de seu destino percebeu nuvens negras vindo rapidamente em sua direção, carregadas de energia elétrica. Tentou voltar para perto das macieiras, mas estacou ao ouvir uma voz vinda de lugar nenhum: "AFASTEM-SE". Menos de um segundo depois, sentiu como se tivesse sido atingido por um dos raios. Tombou, levantou-se e começava a correr para o pomar, logo a tempo de ouvir a voz mais uma vez e ser atingido de novo.

Foi ai que, como em uma daquelas epifanias, ele entendeu tudo. Só então ele passou a sentir o gosto escarlate em sua boca e a concussão do lado direito de sua cabeça. Percebeu que, se tomasse mais uma daquelas descargas, poderia ser expulso do seu mundo da pior forma possível. Ao olhar pros lados, porém, viu seu mundo como ele realmente era - não tão perfeito assim.

Resolveu então aceitar a realidade e, no mesmo instante em que abriu os braços para encarar a tempestade, a última descarga desceu rasgando o céu e o atingiu em cheio.

terça-feira, 12 de março de 2013

Mais uma vez...

Mais uma vez estou aqui: barba bem feita, roupa social e gestos calculados, sentado em um escritório e implorando discretamente para que um sujeito que eu nem conheço me dê a oportunidade de começar, de vez, a tal da vida adulta. Essa estranha 'realidade', onde sonhos são conquistados através de trabalhos que você não entende pra quem ou porquê.

O encarregado do RH fez mais uma pergunta e "oh deus, como é mesmo aquela história que seria perfeita pra essa resposta", divago. Acabo respondendo algo não tão bom assim, mas que dê pro gasto. Gastas são minhas horas de paz, onde a mente funciona a todo vapor pra descobrir o que eu poderia ter dito e que me garantiria a vaga. Me despeço e é sempre a mesma ladainha sobre como existem outros candidatos, mas aguarde nosso contato.

Ai passam-se pelo menos dois dias, mas geralmente três, e aparece - quando aparece - aquele e-mail de sempre, falando: "Obrigado pela participação, mas tinha outro candidato que não é melhor do que você, mas tem experiência no currículo em algo que ele não sabe fazer direito e nós não estamos afim de ter que te ensinar". Ou pelo menos é isso que eu leio, já que no fundo é isso que a resposta negativa geralmente quer dizer.

E eu me pergunto a mais clássica pergunta dessa fase: como eu vou ter experiência, se ninguém me dá oportunidade?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Random Night Thoughts

It's funny how the same set of regrets have been hauting me for the last few nights. It's past now, I should know, but yet something in my head keeps asking "why you did what you did how you did it?". I probably wouldn't change anything if it happened again now, but at the same time maybe I should have taken a few more shots in a series of things. There is no way to tell if my life now would be the same with all those 'ifs', and that's the one thing that keeps me from calling all this thoughts, "actual regrets".

sábado, 22 de setembro de 2012

There Again

Closing my eyes was enough to see myself there again. I didn't need to look at the stars to know that it was the same sky, the same beach. This time it was darker, but I could still see hundreds of meters of sand. I started looking for her, as I knew being back in that dream meant nothing else than "You gotta find her once more". After a few minutes I realized a silhouette that was sitting next to the sea and I had no doubt it was who I was looking for. I got closer carefully - didn't knew how I should talk to the owner of the smile that gave me peace. I noticed she was holding her knees against her chest and, coming closer, that she was crying without making any sound. I touched her shoulder so slightly that she took a few seconds to turn her face, but at the same instant it transformed from sadness to the wonderful smile that was printed on my mind and she jumped on my neck, grabbing me with all the strength of the world. "I thought you wouldn't come back", where her first words. I flinched, and then chose not to speak, just hug her back.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Pensamento Metamorfo

Aqui estou eu, deitado nesse extenso gramado verde, sem ter a mínima noção de tempo. Não há nenhum relógio por perto, bem do jeito que eu gosto, pois assim me convido a ficar aqui deitado pelo tempo que bem entender. O sol, para minha sorte, está forte o suficiente apenas para fazer carinho na pele. Filosofo sobre grandes questões da humanidade e sobre o diálogo que tive com uma bela moça há apenas dois dias. É incrível como sempre tenho todas as boas respostas na ponta da minha língua quando repasso a conversa mentalmente, horas depois de acontecida. Penso que eu deveria ser mais sagaz. Nada que me incomode, sou quem sou e sei que vou mudar. Ou não, pra mim tá bom assim também. Vivo me equilibrando sobre a linha que divide o ideal de "don't worry, be happy" e a preocupação de sempre melhorar, tentando assim não cair num descaso conformista. Afinal… do que eu estava falando mesmo? Bom, eu bem que disse que me perco rápido em meus próprios pensamentos. Não devo ser o único, certo?

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Novos Prazeres

Mais um dia de inverno, e a minha primeira visão ao levantar é a janela lavada em gotas de chuva que permite que a claridade do sol, mesmo escondido entre as nuvens, me acorde. As cobertas em que estou enrolado tentam me conquistar, mas nada é mais forte do que a minha vontade de viver. Tá, exagerei um pouco, eu tenho é que ir pra academia. Não, não sou nenhum fã da perfeição que a anatomia humana pode atingir, mas os chocolates que o inverno passado me compeliu a consumir já estão pesando (na minha consciência) há um ano. Subo na esteira e uma música suave começa a tocar no meu fone. Ao passo que mudo para uma banda mais pesada, acelero a corrida, descobrindo um prazer inédito ao gritar (mas sem volume, afinal a academia tá cheia) a letra que acompanha a melodia rápida. Gordinho que sempre fui, nunca pensei que encontraria algo tão bom em deixar as minhas pernas se encherem de ácido lático, mas são tantas as coisas em que nunca pensei. Eu poderia terminar esse texto com um "portanto, arrisque-se mais", porém não me sinto 'exemplo' suficiente para isso. Façam o que quiserem, mas tentem sempre ter motivos pra um sorriso no rosto.